O Orfeão Académico do Porto foi fundado em 6 de março de 1912, nas Comemorações do primeiro aniversário da Universidade do Porto, por um grupo de estudantes entusiastas, conscientes da necessidade de completar a ação formativa que devia ter a sua universidade. Torna-se assim o primeiro organismo de cariz extracurricular da Universidade do Porto a reunir estudantes de todas as Faculdades.
A Direção Artística foi atribuída a Fernando Moutinho, sucedendo-lhe posteriormente por ordem cronológica, Futuro Barroso, Clemente Ramos, João Antunes e novamente Futuro Barroso. As circunstâncias sociopolíticas da época, muito adversas, conduziram a frequentes hiatos na sua atividade.
Nas Comemorações do Centenário da Academia Politécnica e da Escola Médico-Cirúrgica do Porto, em março de 1937, o Maestro Afonso Valentim assume o cargo de regente do então chamado Orfeão Académico da Universidade do Porto que, depois de reformulado, foi o primeiro grupo coral universitário a apresentar naipes femininos.
Apesar da sua existência atribulada, a ideia de um Orfeão Académico persistiu e em 1942, reorganizado, ressurge em novos moldes com o nome de Orfeão Universitário do Porto. É por esta altura, 1945, que pela pela primeira vez as universitárias passam a envergar o ainda atual traje académico, posteriormente adotado noutras universidades.
É também ao longo da década de 40 que o Orfeão passa a incluir regularmente nos seus espetáculos a Tuna Universitária do Porto, o fado académico, a orquestra de tangos, entreatos e rábulas humorísticas. Surgem também Grupos de Bailados e Cantares Regionais, passando o Orfeão a dedicar o maior interesse à divulgação do folclore nacional, através de recolhas etnográficas junto das diversas regiões do nosso país, procurando melhorar e aprofundar o reportório e a qualidade de cada grupo, dispondo hoje em dia de um valioso espólio de trajes regionais.
O Maestro Afonso Valentim manteve-se como regente até 1967, sucedendo-lhe os Maestros Günther Argleb (1967/1969), Fernando Jorge Azevedo (1969/1973) e Mário Mateus (1973/2006), sendo o Maestro António Sérgio Ferreira o atual regente.
O Orfeão Universitário do Porto comemorou, em 2012, um século de existência.
Na atualidade é constituído por cerca de 200 estudantes que trabalham ativamente nos 11 agrupamentos artísticos que integra, organizados em três grandes vertentes: Coral, Etnográfica e Académica.
Pela sua ação cultural foi honrado com várias distinções, o Grau de Comendador da Ordem da Benemerência (actual Ordem do Mérito), Comendador da Ordem de Instrução Pública e Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade do Porto, entre outras.
Em redor da cultura musical foi construída uma instituição de extrema notoriedade no cenário académico universitário português. Todas as gerações que por ele passaram aprenderam a viver valores primordiais como a amizade, a saudade, o amor, a música, a cultura, não esquecendo nunca o seu objetivo fundamental: representar a Universidade do Porto, a casa que lhes ensinou e ensina a ciência e o saber e que também os formou e continua a formar para a Vida.